Seguimos com nossa seção Fotografia e Arquitetura, que pretende mostrar-lhes mais sobre quem está por trás da lente que nos permite ver as mais emblemáticas obras de arquitetura do mundo. Nessa ocasião os apresentamos ao fotógrafo chileno Pablo Blanco, que registrou diversas obras públicas recentes.
É arquiteto?
Não sou arquiteto e nem fotógrafo em termos formais. Sou um autodidata que vive, se desempenha e desfruta enormemente fotografar arquitetura. Tenho formação em psicologia – carreira que não exerço – e um diploma em arte com ênfase em fotografia pela Universidad Católica de Chile.
Quando e como começou a fotografar arquitetura?
Os primeiros projetos que fotografei foram para a oficina Plan Arquitectos há 3 anos. Desde então, todo meu trabalho é centrado na fotografia de arquitetura. Especialmente essa área da fotografia foi um passo natural. Desde o começo o contexto urbano foi fundamental, de tal modo que no momento de definir melhor minhas preferências fotográficas surgiu claramente a arquitetura como objeto principal de minha atividade. Nesse momento me cativei com a arquitetura e suas possibilidades espaciais e formais, buscando sempre entender através de um bom ensaio fotográfico se pode ver representada a criação do arquiteto.
Por que gosta da fotografia de arquitetura?
Porque combina um motivo fotográfico que me é muito chamativo, uma forma delicada de fotografar e a possibilidade de conhecer diversos lugares e projetos.
Arquiteto favorito?
Não tenho arquitetos favoritos. Minha abordagem em relação à arquitetura e à paisagem urbana foi feita através da fotografia e não do estudo da arquitetura propriamente dito. Portanto é mais fácil falar de fotógrafos de arquitetura, que para mim são muito importantes e que de uma forma ou outra, muitas vezes sem saber, me ajudaram, inspiraram e ensinaram este ofício. Entre eles eu gostaria de nomear Santos-Díez, Carlos Casariego, Duccio Malagamba e a minha querida comunidade fotográfica Caborian.
Obra favorita?
É complicado definir somente uma obra, mas tenho interesse especial pelos projetos de Herzog & de Meuron.
Como trabalha?
Trabalho tanto por encargo quanto por iniciativa própria. Quando é por encargo, a forma de trabalho depende muito dos requerimentos do cliente. As necessidades de um arquiteto, uma imobiliária, uma construtora, uma indústria ou uma revista diferem bastante entre si. Então a primeira coisa é considerar fundamentalmente o tipo de princípio, tipo de projeto e o uso das imagens. Essa informação permite estabelecer os tempos de trabalho, uma quantidade aproximada de imagens em que o projeto deve ser fotografado.
Concentrando-me no trabalho com os arquitetos, que desejam uma reportagem completa sobre uma obra, a maneira de proceder é quase sempre a mesma. Primeiro tento coletar a maior quantidade de informação possível do projeto por meio de conversas, de visitas, desenhos, imagens e plantas. A ideia é ter claros os pontos fortes do projeto segundo seu próprio autor e ir definindo certas imagens que a reportagem deve incluir. Depois é só trabalhar com bastante liberdade tanto na hora de fazer as imagens quanto na hora em que seleciono as imagens para reportagem.
Que equipamentos e softwares você usa?
Meu equipamento é composto por duas câmeras SLR digitais Nikon modelos D200 e D7000, além de uma série de objetivas que abrangem distâncias focais de 10 mm a 300 mm entre óptica fixa e zooms curtos. Tripé, gatilho externo e vários filtros fotográficos completam minhas ferramentas de trabalho.
Para a edição das imagens, trabalho com a plataforma Adobe: Bridge para a visualização e a seleção, Camera Raw para revelação digital e Photoshop CS5 para o trabalho final com as imagens.
